sábado, 23 de fevereiro de 2008

COLONIZAÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO DE BRUSQUE


Os índios foram os primeiros habitantes desta terra que um dia passou a se chamar Brusque.
Em uma de suas andanças, Vicente Só passou por estas terras, achou um local agradável e passou a viver sozinho. Escolheu uma colina e fez um ranchinho, mas mais tarde por problemas de saúde resolveu terminar seus dias com sua família numa colônia vizinha. Tempos depois, este rancho deu lugar a uma Igreja Católica.
Foto do Porto de Itajaí

Em 1856, Pedro Werner saiu da Colônia São Pedro de Alcântara decidido a explorar a tal localidade. Chegando aqui construiu um grande engenho de farinha, se instalando com sua família.
Os primeiros colonos chegaram em 24 de Julho de 1860 em Itajaí, chegam a colônia de Itajahy com destino a localidade de Vicente Só. Era um número de 55 pessoas dirigidas pelo Barão Maximiliano Von Schnéeburg. Nesta época Francisco Carlos de Araújo Brusque foi nomeado diretor da nossa colônia e o presidente da província de Santa Catarina.
Seguiam rio acima com destino a Vicente Só, o percurso era todo pelo rio e utilizavam canoas para transportar os colonos, que tinham um caminho difícil pela frente e que chegava a demorar de cinco a seis dias rio acima. Tudo funcionava conforme o tempo, se chovia as dificuldades seriam maiores demorava ainda mais, visto que precisavam aguardar as águas baixarem. Chegando a Vicente Só foram recebidos por Pedro Werner, que os acolheu em seu engenho até que todas as pessoas fossem assentadas. As primeiras ações administrativas foram um levantamento do lugar e a construção de quatro grandes ranchos, além de um armazém de mantimentos.
Pouco a pouco a floresta virgem e as selvas incultas foram cedendo espaço às choupanas, as picadas e as roças foram mudando o cenário. Um dos problemas encontrados pelos imigrantes alemães que chegaram na primeira leva, foi a respeito de demarcação de lotes que não foram demarcados corretamente. Instalando-se próximo do rio, os primeiros que aqui chegaram, ou seja, esses escolheram as melhores terras. Muitos imigrantes tiveram que esperar por suas terras por muitos meses no galpão de alojamento.
Os homens e os filhos mais velhos seguiam em meio a mata virgem, para a construir um casa e começar a derrubar as matas. Enquanto isso as mulheres e crianças permaneciam no alojamento. A casa e os poucos móveis eram todos construídos com troncos das árvores encontrados no terreno. Apesar de não ter ainda engenhos, as casa alemãs eram levantadas sem um só prego.
É importante salientar que os dois primeiros anos dos imigrantes foram de profunda importância, visto que ocorreu a construção das casas, construíram capelas, escolas, casa para administração e outros empreendimentos.
Por volta de 1870, chegou uma outra leva de imigrantes, poloneses que foram destinados a Porto Franco (atual Botuverá), local abandonado por eles posteriormente por falta de ambiente de trabalho favorável a suas habilidades.
Por volta de 1875 um elevado número de imigrantes Italianos, instalou-se nas linhas de Porto Franco, Ribeirão do Ouro, Águas Claras, Limeira e Poço Fundo.
Por volta de 1889, um pequeno número de imigrantes chega a Brusque provindos de Lodz, mas esses traziam uma novidade, não possuíam qualquer habilidade para lavoura, porque suas atuais aptidões provinham de tecelagens. Esses ficaram conhecidos como benfeitores da evolução dessa atual cidade, visto que com a vinda em 1890 trouxeram consigo todo um conhecimento na industrialização. Com esses imigrantes começam a surgir todo movimento rumo à indústria, é quando em 1892 somos privilegiados com a primeira fábrica.
Vale lembrar que até esse período a agricultura representava 90% da economia brusquense e os outros 10% eram representados pelo comércio e pelo trabalho artesanal (ferraria, carpintaria, alfaiates, pedreiros). Estes trabalhos não foram capazes de garantir a industrialização, mas possibilitaram ao comércio desenvolver-se. Em conseqüência, os comerciantes puderam acumular capital e utilizaram-no para lançar as bases da fábrica, tornando-se empresários industriais.
Em 1890 o comerciante João Bauer fez a primeira tentativa de industrialização com a produção de tecidos no município. Contou com a ajuda de imigrantes poloneses, conhecidos como os tecelões de Lodz. Porém essa tentativa não superou as expectativas.
A segunda tentativa logrou êxito. Com o apoio do comerciante Carlos Renaux, os poloneses construíram os primeiros teares de madeira, bastante rústicos, que foram instalados dentro do depósito da casa de comércio: eis os operários pioneiros da indústria têxtil de Brusque, fundada no ano de 1892.
Em 1898 temos o início das atividades da Büettner SA. Seu fundador foi Edgar Von Büettner, também comerciante, se especializou na fabricação de bordados finos e posteriormente em guarnições para camas, colchas, cortinados entre outros que foram vendidos pelo Brasil.
Em 1911 foi constituída a Cia. Industrial Schlösser tendo como fundadores Gustavo Schlösser que trouxe um mostruário de tecedura da Polônia e seus filhos.
O slogan “Berço da Fiação catarinense” foi dado pelo padre Raulino Reitz, devido ao fato da fábrica Renaux implantar em 1900, a primeira indústria de fiação em Santa Catarina.
As crianças começavam a trabalhar com 13 anos. A modernização dá-se com a inauguração da usina elétrica construída na Guabiruba Sul, em 13 de novembro de 1913. Com isso possibilitou-se o trabalho noturno regular.
O trabalho estava dividido em três turnos: 5 da manhã até 13:00, 13:00 até 22:00 e 22:00 até 5 horas da manhã.

2 comentários:

Anônimo disse...

Por que nao:)

Anônimo disse...

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